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Climatização longe de sair do papel
Licitação para refrigerar frota ainda não tem previsão para ser realizada
Créditos: Ricardo Aparecido de Morais/Acervo
Uma das promessas para justificar a extinção do transporte clandestino
que circulava pelo Recife e regulamentar um transporte alternativo, no
primeiro governo do prefeito João Paulo (2001-2004), foi a de melhorar o
serviço prestado pelas empresas de ônibus, que estavam falindo ou
acumulando sérios prejuízos por conta da concorrência com as Kombis e
Vans. Uma das iniciativas foi a aquisição de coletivos com ar
condicionado em linhas convencionais, de grande demanda. O valor da
tarifa não era mais caro. Quem passa calor nos ônibus que fazem o
percurso CDU/Caxangá/Boa Viagem, por exemplo, deve se lembrar dos
veículos climatizados que atenderam, menos de dez anos atrás, essa que é
uma das linhas mais utilizadas por quem se desloca pela Região
Metropolitana do Recife (RMR).
Pouco tempo depois, entretanto, os altos custos de manutenção e o baixo
desempenho dos aparelhos de refrigeração diante do abre e fecha das
portas fizeram com que as empresas, aos poucos, voltassem a introduzir
ônibus convencionais nas ruas. Restaram, apenas, as linhas opcionais. A
esperança por uma frota completamente equipada com ar condicionado,
agora, depende da licitação das linhas, prevista pela lei 8.666/93,
retomada em março deste ano, mas, até agora, sem previsão de ser
realizada.
Pelo projeto, todos os veículos do Sistema Estrutural Integrado (SEI)
passariam a ser climatizados até 2014. Os demais ônibus deveriam se
enquadrar às novas configurações ao longo de sete anos a partir do
início das concessões, que valeriam, no mínimo, 15 anos. Atualmente, a
frota total chega a três mil veículos. Entretanto, os ônibus opcionais -
com ar condicionado -, são apenas 37.
Procurado pela reportagem da Folha, o Grande Recife Consórcio de
Transporte não quis conceder entrevistas, mas enviou alguns
esclarecimentos a respeito do andamento da licitação. Por meio de nota, a
assessoria de Imprensa explicou que, diante de alguns questionamentos
técnicos sugeridos pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) e pela
Procuradoria-Geral do Estado (PGE), um novo documento norteador do
processo precisou ser reenviado, com as devidas alterações. O aguardo,
agora, é pela análise e orientação desses órgãos fiscalizadores. Somente
após essa etapa, o Governo do Estado poderá lançar o edital de
licitação das linhas. Não há uma previsão concreta de quando isso deve
acontecer.
Por outro lado, para quem quer ter mais conforto também nas paradas de
ônibus, resta a expectativa pela conclusão dos corredores Norte-Sul (de
Igarassu ao Centro do Recife) e Leste-Oeste (do Derby a Camaragibe).
Serão, ao todo, 55 estações climatizadas ao longo dos dois percursos,
com pagamento antecipado da passagem e embarque no mesmo nível do piso
dos ônibus. Os coletivos, aliás, também vão ser dotados de ar
condicionado, uma das características dos modernos ônibus que operam no
formato de BRT (Bus Rapid Transit). A previsão, no entanto, é que a
população só possa usufruir deles pouco antes da Copa do Mundo. A
Secretaria das Cidades prevê entregar o Norte-Sul até setembro do ano
que vem e, o Leste-Oeste, apenas em fevereiro de 2014. Já o chamado
Ramal da Cidade da Copa, que vai interligar o Centro de Camaragibe à
Arena Pernambuco, deve ficar pronto até fevereiro do próximo ano, a
tempo, portanto, da Copa das Confederações.
Folha PE
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