Créditos: Guto de Castro/Acervo
A mudança no clima dos estádios era clara e foi ratificada com o relatório apresentado pelo consórcio Grande Recife. De acordo com o órgão, no fim de semana dos dias 16 e 17 de fevereiro, 69 coletivos de linhas envolvidas com as partidas do Nordestão e do Pernambucano foram depredados. Ao todo, 164 itens foram danificados nas ações dos vândalos. Na ocasião, o Náutico recebeu o Central com um público de 9.034 pessoas nos Aflitos, o Sport enfrentou o Campinense com 20.099 torcedores na Ilha do Retiro e o Santa jogou contra o Fortaleza sob os olhos de 30.087 pessoas no Arruda.
Com a proibição da presença das organizadas nos arredores dos estádios, os números caíram para oito ônibus depredados no fim de semana seguinte. Vale destacar, entretanto, que a presença nos estádios também foi bem menor. A começar pelo número de partidas. No sábado, o Santa Cruz venceu o Pesqueira por 2 a 1, diante de 8.501 pessoas e no domingo, o Náutico goleou o Petrolina por 8 a 0, quando os Aflitos receberam 7.697 torcedores. Ao todo, uma redução de 72,65% entre os dois fins de semana.
Sem esconder o entusiasmo, o promotor do Juizado do Torcedor (Jetepe), José Bispo, exalta a decisão de proibir a presença das organizadas nas proximidades dos estádios durante as partidas deste Pernambucano. “O resultado é este que todos estão vendo. Houve uma diminuição muito grande no número de ocorrências. Esta proibição diminuiu os índices de depredação e dos demais casos de violência de maneira significativa”, pontuou.
Bispo destacou ainda o fato de o juizado não ter registrado um incidente sequer nas partidas Santa Cruz x Pesqueira e Náutico x Petrolina. “Normalmente, nesses jogos menores, costumávamos atender seis ocorrências em média”, justificou. O promotor, entretanto, prefere não comemorar o sucesso da proibição das organizadas antes de uma situação de maior risco. “É preciso esperar um clássico para termos a dimensão exata desta decisão. Só assim, teremos uma ideia mais precisa do que foi alcançado até o momento e das possíveis mudanças que deveremos adotar em busca do fim do problema da violência nas partidas de futebol”, acrescentou.
Super Esportes/Diário de Pernambuco
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