Créditos: Blog Ponto de Ônibus/Divulgação
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior estabeleceu as cotas de exportação de veículos brasileiros para o México, dentro do Acordo de Complementação Econômica com o país. Entre os dias 19 de março de 2013 e 18 de março de 2014 só vão poder ser exportados com taxas baixas, previstas no acordo, US$ 1,56 bilhão de carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus para o México. As importações de veículos mexicanos para o Brasil também foram limitadas.
O sistema de cotas foi estabelecido no ano passado depois de o Brasil ter ameaçado romper o Acordo de Complementação Econômica com o México, que foi assinado em 2003. Na ocasião, foi acertado que o Brasil poderia exportar com menores taxas carros de menor valor para o México e importaria veículos com maior cilindrada dos mexicanos. O Brasil ganharia na demanda maior de veículos mais baratos. Mas isso não deu certo. O aumento das condições do brasileiro de comprar veículos acima dos tradicionais mil litros fez com que a procura por veículos mais potentes aumentasse, desequilibrando as relações entre os dois países na balança.
Só para se ter uma ideia, entre 2010 e 2011, as importações de veículos mexicanos pelo acordo subiram 40% e provocaram um déficit para o lado brasileiro de US$ 1,7 bilhão. A cota de US$ 1,57 bilhão, publicada nesta quarta-feira, dia 13 de março no Diário Oficial da União, contempla 8 empresas com planta no Brasil que exportaram para o México nos últimos três anos e cria uma reserva para novas empresas interessadas em exportar pelo acordo.
As oito empresas vão contar com 60% desta cota. Depois, 20% serão distribuídos entre as empresas que exportaram no último ano e outros 20% serão uma espécie de reserva técnica para o governo brasileiro distribuir entre novas e atuais exportadoras.
As oito empresas que contaram com 60% das cotas, que somam US$ 936 milhões são as seguintes: Volkswagen – 47,8% deste percentual de cota, Renault – 12,9%, Honda – 12,8%, Ford – 11,7%, General Motors – 11,1%, Ônibus e Caminhões MAN – 1,6%, Fiat – 1,1% e Citroën – 1%.
O Brasil diz que vai acompanhar o índice de peças brasileiras nos veículos mexicanos, que deve ser de, no mínimo, 30% pelo acordo. O País suspeitava que o México não cumpria o percentual e usava mais peças dos Estados Unidos e da Ásia.
A inclusão de ônibus e caminhões nas negociações para o México contribuiu para que o Brasil enviasse veículos de maior valor para o país latino. Desde a ameaça do rompimento pelo Brasil do Acordo de Complementação Econômica foram estabelecidas três cotas: US$ 1,45 bi no ano passado, US$ 1,56 bi agora e US$ 1,64 bi na próxima cota.
Acima desta cota, as empresas podem exportar para o México, mas sem contar com vantagens de tributos e nas taxas de juros.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
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