sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mesmo com Finame prolongado, mercado de ônibus continua fraco

Mesmo com incentivos, ônibus ainda vendem menos. De acordo com a Fenabrave, na primeira quinzena útil de setembro, a queda nas vendas de ônibus foi de 12,7% em comparação com agosto e de 30% com base no mesmo mês do ano passado.


Créditos: Guto de Castro/Acervo

O mercado de ônibus continua fraco. O setor ainda não sentiu os efeitos das medidas de incentivo para a produção, como o prolongamento até 31 de dezembro das condições de financiamento com juros mais baixos do Finame, de 2,5% ao ano, para a compra de ônibus, caminhões e outros bens de capital.

De acordo com a Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, entidade que representa as concessionárias e revendedoras, os emplacamentos de ônibus continuam desaquecidos. Na primeira quinzena de setembro, em comparação a agosto, a queda nas vendas de ônibus foi de 12,7%. Já tendo como base os primeiros 15 dias úteis de setembro do ano passado, a queda na quinzena do mês em 2012 foi 30%.

No mês de setembro foram emplacados em todo o Brasil 1,2 mil ônibus. Além do desaquecimento da economia como um todo, inclusive com projeções de um PIB – Produto Interno Bruto bem abaixo da média, em torno de 1,5% de crescimento, em especial o segmento de ônibus sente os impactos da mudança de legislação sobre redução de emissão de poluentes.

Em janeiro entrou em vigor a sétima fase do Proconve – Programa de Controle da Emissão de Poluentes por Veículos Automotores do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Com base nos padrões internacionais Euro V (a Europa já trabalha com Euro VI), os ônibus poluem menos, com cerca de 80% menos emissões de materiais particulados e 60% de óxidos de Nitrogênio. Para conseguir estas metas, os ônibus precisam de mais tecnologia e, portanto, são mais caros.

Os empresários anteciparam no ano passado as renovações das frotas que deveriam ser feitas em 2012 para aproveitarem as últimas unidades dos ônibus com tecnologia antiga, com preço menor. O desaquecimento já era esperado. A recuperação para o segundo semestre também. Mas esta recuperação está demorando mais que o previsto para ocorrer.

E como o Proconve P 7 engloba todos os veículos a diesel de grande porte, a retração atinge também o setor de caminhões. Foram emplacados em setembro 5 mil veículos de carga. A queda em relação a agosto foi de 3% e de 33,9% em comparação aos primeiros 15 dias úteis de setembro de 2011.

DESONERAÇÃO SOBRE O CONSUMO É PALIATIVA:
Desonerar a ponta do consumo, sem criar estrutura no País e sem aliviar a carga tributária sobre a produção, mostra-se cada vez mais um conjunto de medidas paliativas, com desespero e até mesmo simplificando um problema muito mais profundo.

É o que também revela o balanço da Fenabrave. Depois de um agosto recorde, impulsionado por consumidores que não tinham a certeza do prolongamento da redução do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados sobre carros, setembro foi um mês de mais retração. Assim, medidas como a redução temporária do IPI criam uma bolha de consumo, mas não geram um crescimento de fato.

Em relação a agosto, as vendas da primeira quinzena útil de setembro foram 2,3% menores. Em relação ao mesmo mês do ano passado, no entanto, registraram alta expressiva de 13,6%. Do primeiro dia do mês de setembro até esta quarta-feira, foram emplacados 172,4 mil veículos em geral.

E mais uma vez os números da Fenabrave comprovam que a política tributária tende a incentivar o transporte individual em maior proporção que o de carga e coletivo de passageiros, que tratam-se de bens de capital, de geração de emprego e renda.

Entre agosto e a quinzena de setembro, só levando em conta os veículos de passeio, a queda foi de 2,3% e a alta com base em setembro de 2011 foi de 16,6%. Dos 172,4 mil veículos emplacados em setembro de 2012, até agora, 116 mil foram automóveis de passeio.
A Fiat lidera as vendas de carros de passeio e utilitários leves, com 23,5% do mercado. Em seguida vem Volkswagen com 23,1%, General Motors com 18% e Ford com 7,9%.

As vendas de motos tiveram crescimento de 2,3% entre agosto e agora, mas em comparação aos quinze dias úteis iniciais de setembro, do ano passado a queda de vendas, segundo a Fenabrave, é de 25,5%.

Blog Ponto de Ônibus

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