quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Mercedes reintegra 1500 funcionários e mostra sinal de recuperação do mercado de pesados

Produção da Mercedes aumenta e empresa suspende folgas temporárias. Até 28 de janeiro, 1500 funcionários serão incorporados novamente à produção.

Créditos: Guto de Castro/Acervo

As vendas de ônibus e caminhões começaram a ganhar ritmo novamente o que reforça as boas estimativas para o ano de 2013 e as perspectivas de manutenção ou até ampliação dos níveis de emprego nas regiões que concentram indústrias de veículos pesados, como o ABC Paulista.

Por conta desta retomada, mesmo que gradual, a Mercedes Benz vai integrar novamente à produção os cerca de 1500 funcionários que estavam em regime de Lay-off, suspensão de contrato de trabalho para qualificação, afastados por causa da baixa demanda para veículos comerciais pesados a diesel.

Estes trabalhadores vão retomar suas funções na planta de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, até o dia 28 de janeiro de 2013. Eles estavam afastados da planta desde maio deste ano, depois de um acordo feito entre a Mercedes Benz e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para manter o nível de emprego.

A Mercedes Benz acreditava numa recuperação do mercado para 2013, mas os resultados positivos começaram a dar sinais antes das estimativas. A produção e vendas de ônibus e caminhões passaram por retrações neste ano por causa da desaceleração econômica no País, que deve registrar um PIB – Produto Interno Bruto – reduzido, e em especial pela mudança de tecnologia que reduz emissão de poluentes por veículos a diesel. Os ônibus e caminhões, devido à entrada em vigor da sétima fase do Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, com base nas normas internacionais Euro V, ficaram menos poluentes, porém mais caros.

Por conta disso, no ano passado, antes da entrada da nova fase da legislação, para aproveitar os preços menores, os donos de frotas de ônibus e caminhões anteciparam as renovações de veículos previstas para 2012, o que deixou o mercado desaquecido. A falta de conhecimento sobre a nova tecnologia, que exige um diesel com menor teor de enxofre, e, em alguns casos, um fluido para o sistema de escape – o ARLA 32, também contribuíram para que os empresários evitassem a compra de veículos pesados.

O aquecimento das vendas viria já por um ajuste natural do mercado e por uma aceleração da economia. Mas há fatores específicos que devem contribuir para mais vendas de ônibus e caminhões, como os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, que exigem obras (o que é bom para os caminhões) e modernização nos sistemas de mobilidade urbana (que deve aumentar a comercialização de ônibus), além do crescimento do setor de turismo e as licitações de serviços de transportes de passageiros urbanos e rodoviários, que sempre exigem ônibus novos.

Em nota à imprensa, o presidente da Mercedes Benz, Jürgen Ziegler, diz que o momento de dificuldade para o setor de ônibus foi superado. “Estamos muito satisfeitos e orgulhosos por termos superado um dos mais difíceis momentos para a produção de veículos comerciais dos últimos anos, no Brasil, sem diminuir nosso quadro de funcionários. Além disso, mantivemos inalterado nosso plano de investimentos, que é o maior do segmento, e ainda iniciamos as atividades em nossa nova fábrica de caminhões em Juiz de Fora”, afirma Jürgen Ziegler, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO para América Latina.

No dia 1º de fevereiro, a Mercedes Benz deve abrir o segundo turno para a finalização de caminhões, em São Bernardo do Campo. Além das estimativas quanto ao desempenho econômico geral no Brasil e os eventos esportivos mundiais, o presidente destaca também as expectativas de safra recorde e a manutenção de condições facilitadas de financiamentos de veículos comerciais.

“O anúncio de ferramentas de financiamento adequadas ao setor com regras definidas para todo o ano de 2013, aliado à espera de safra recorde e de investimentos em infraestrutura já impactam positivamente nossa indústria. Além disso, se o crescimento da economia brasileira como um todo for maior do que em 2012, certamente, teremos um excelente mercado de caminhões e ônibus no próximo ano”, conclui Ziegler.

O vice-presidente de Recursos Humanos da Mercedes Benz, Fernando Fontes Garcia, afirma que o retorno destes 1500 funcionários ao trabalho é prova de que valeu a pena o esforço para manter o nível de emprego, mesmo em situação de dificuldade.

A vantagem é que estes trabalhadores voltam aos seus postos mais qualificados, já que passaram por 300 horas de cursos no SENAI e, durante os sete meses que estiveram afastados, contaram com o pagamento regular dos salários, férias, 13º salário, reajustes e plano de saúde.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Blog Ponto de Ônibus

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