terça-feira, 5 de julho de 2011

Série 'Sufoco': trânsito de meio-dia no Recife é um desafio para os estudantes

Eles têm que enfrentar engarrafamentos, o calor e a fome, quando saem do estágio, da escola ou da faculdade; alimentação fica comprometida para muitos deles.

Meio-dia é um dos piores horários de pico no trânsito. Os estudantes que pegam ônibus sabem bem como esse horário é complicado, pois é sinônimo de fome, engarrafamento e calor. A segunda reportagem da série “Sufoco”, realizada pelo NETV 1ª Edição e que tem como tema o transporte público da Região Metropolitana do Recife, tem como personagens três jovens que sofrem com o o engarrafamento, o calor e a fome, quando saem do estágio, da escola ou da faculdade e ainda têm outros compromissos pela frente.



Enfrentar o trânsito ao meio-dia é um desafio. Nesse horário, os ônibus estão lotados. As estudantes Juliana Ramos e Ingrid Raíssa (fotos 1 e 2) têm 17 anos e fazem curso pré-vestibular na rua Nicarágua, no Espinheiro. A aula de História nem terminou e elas já deixaram a sala. “É que eu pego de 13h na escola, então tenho que sair de 11h30”, explica Juliana Ramos (foto 3).

O destino é Camaragibe: são 12 quilômetros de distância. O repórter Bruno Fontes embarcou com elas nessa viagem, que inclui uma caminhada pela avenida Agamenon Magalhães para pegar o ônibus ao lado do Hospital da Restauração.


Créditos: Guto de Castro/Acervo

Juliana Ramos diz que não é sempre que ela consegue almoçar. “Às vezes, sim, quando passo em casa rapidinho, almoço e vou para a escola, mas às vezes não, eu como uma besteirinha no meio da rua e vou para a escola. A gente fica com um desânimo para estudar”, afirma a estudante, que desce do ônibus no início da avenida Belmínio Correia.

Em uma hora, Juliana Ramos cruzou a cidade sem almoçar para chegar a tempo à Escola Estadual Jarbas Passarinho, em Camaragibe. Uma vez no colégio, a corrida não é mais contra o tempo. A estudante tem que lutar contra a fome e o cansaço. “Saio só de 17h30”, diz.

A rotina da estudante de jornalismo Thayuana Araújo (foto 4) também é corrida. Ela, que estagia numa assessoria de comunicação na rua do Riachuelo, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife, larga às 12h15 e enfrenta as dificuldades para voltar para casa nesse horário. “Fico parada na frente [da parada] porque consigo visualizar melhor o ônibus. Assim, não corre o risco de eu não ir sentada”, diz.


Créditos: Guto de Castro/Acervo

O ônibus que a estudante pega sai do Centro do Recife para Boa Viagem, na Zona Sul da cidade, fazendo uma viagem de 12 quilômetros. “Andar de ônibus hoje em dia no Grande Recife ou de carro ou seja lá o que for está cansativo demais”, afirma a enfermeira Edna Barros, que também utiliza o mesmo ônibus que Thayuana Araújo.

Se a viagem demora, a fome aumenta. “A distância é pouca, mas o trânsito é tanto que torna a viagem longa. Fico enjoada e com dor de cabeça, dá uma vontade enorme de chegar em casa e beber uma água”, diz Thayuana Araújo.

Após uma hora de viagem, a estudante chega à casa dela. “Cansada, com fome e com vontade de tomar um banho logo para refrescar”, diz. Quem abre a porta para Thayuana Araújo é a avó dela, Maria da Penha, que faz um prato caprichado para a neta. Um prato com muita comida, mas sem nenhuma verdura, o que não é recomendado pelos nutricionistas.

“Um prato saudável é aquele composto por bastante salada, arroz, feijão e a proteína, com uma carne magra e saudável. Isso seria um prato rico em vitaminas, em minerais, em carboidratos e em fibras”, afirma a nutricionista Ana Karina Souza.

E para não ficar com tanta fome, ela aconselha fazer um lanche dentro do ônibus, antes do almoço: “Levar uma fruta embalada e bem lavada para não passar tanto tempo sem fazer as refeições”.

A nutricionista indicou outros alimentos saudáveis e fáceis de levar numa bolsa e que dá para comer dentro do ônibus, como barras de cereais, biscoitos e sucos à base de soja, aqueles pequenos, de caixa.

PE 360 Graus/Globo Nordeste

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