terça-feira, 22 de abril de 2014

Calçadas na RMR e sistema BRT são mostrados em série sobre mobilidade

Créditos: Alexsander Correia/Ônibus Brasil

A primeira reportagem da série sobre a mobilidade no Grande Recife, que começou a ser exibida nesta segunda (21) pelo Bom Dia Pernambuco, mostrou a importância de adequar as calçadas para os pedestres e da instalação do sistema de ônibus BRT (Bus Rapid Transit) para melhorar a fluidez do trânsito. De acordo com o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, 33% da população da capital se desloca diariamente pelas calçadas. "A calçada tem que ser entendida como um elemento importante no sistema de mobilidade. Se o governo faz o túnel, o viaduto, faz todas as vias da cidade, por que não faz a calçada?", questionou.

Muitos dos pedestres que circulam pelas calçadas são idosos, que estão entre os que mais vão a clínicas de fraturas devido a quedas nas ruas. Esse foi o caso da aposentada Carmem Cardoso. "Eu não vi o buraco, fui andando, ia pro mercado e quando fui me livrar de um carro, caí dentro do buraco. Um casal que estava sentado foi quem me ajudou a levantar, porque não conseguia me mexer. Fiquei mesmo imobilizada", explicou. Cardoso ficou um mês com a perna engessada e passou outro fazendo fisioterapia.

Outras grandes vítimas das péssimas condições das calçadas são os deficientes visuais. Nilton e Rafael são cegos e afirmaram preferir andar na rua. "Tem menos obstáculos. As pessoas colocam moto, isopor, tudo nas calçadas e a gente fica sem poder se locomover direito", disse Rafael.

A meta da Prefeitura do Recife é fazer 120 km de calçadas na cidade. O trabalho começou pelos hospitais, escolas e grandes centros comerciais. Isto pode ser observado em frente à Policlínica Albert Sabin, na Tamarineira, Zona Norte, onde a calçada foi recentemente recuperada.

Corredor de BRT
Para as distâncias que não podem ser vencidas pelas calçadas, uma alternativa é o transporte público. Mas como convencer as pessoas a deixar seus carros em casa e enfrentar o sistema público? São 3 mil ônibus para transportar 2 milhões de passageiros por dia na Região Metropolitana do Recife. Muito mais do que 1,2 milhão de veículos particulares. Em dez anos, a frota da região cresceu 90%.
O ônibus que pode ser a solução é o BRT (Bus Rapid Transit). Na capital de Pernambuco, estão sendo construídos dois corredores por onde eles vão circular sem concorrência com os carros. O Norte-Sul, do Centro a Igarassu, terá 38 km. Já o Leste-Oeste, da Avenida Guararapes a Camaragibe, terá 12,3 km.


Cada BRT vai ter capacidade para levar 160 passageiros. As pessoas pagam pelo bilhete antes de entrar em qualquer uma das 55 estações, todas climatizadas. Os 150 veículos, também com ar-condicionado, foram encomendados e serão operados por uma empresa que ganhou uma licitação. Os deveres dela serão monitoras, o que é diferente do sistema de ônibus comum.


"Se ela não cumprir, será rigorosamente punida, podendo perder até a concessão da operação. Isso a partir de indicadores de desempenho que estão previstos no contrato também, de indicadores de qualidade, de renovação da frota, do índice de quebra, do índice de queima de paradas de cumprimentos de viagem. A remuneração do operador passa a ser condicionada à forma como ele presta o serviço", informou o secretário das Cidades de Pernambuco, Danilo Cabral.


Outra tentativa da administração pública são os corredores exclusivos. A faixa azul, implantada na Avenida Mascarenhas de Moraes, na Imbiribeira, já trouxe resultados. A velocidade dos ônibus aumentou em 40%. Até o fim do ano, a Prefeitura do Recife espera ter 60 km de faixa azul pela cidade.

G1 PE

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