segunda-feira, 2 de abril de 2012

Comil encerra 2011 com receita bruta 37,6% maior que no ano anterior

Valor chegou a R$ 550,4 milhões. Para este ano, maior perspectiva da encarroçadora é nova planta no Sudeste

Créditos: Guto de Castro/Acervo


A Comil, encarroçadora de ônibus sediada em Erechim, no Rio Grande do Sul, divulgou hoje seu balanço de 2011. De acordo com a empresa, a receita bruta do ano passado em comparação a 2010 chegou a R$ 550,4 milhões, o que representou aumento de 37,6%. Levando em conta o EBTIDA (EarningsBbefore Interest,Taxes, Depreciation and Amortization) que são os lucros antes da contabilização da depreciação, taxas, juro e impostos, a Comil também registrou crescimento.

Em 2011, o EBTIDA foi de R$ 33,2 milhões, o que significou 7,2% sobre a Receita Líquida enquanto em 2010, os lucros descontando a depreciação, a amortização, os juros e as taxas foram de R$ 22,6 milhões, representando 6,7% da Receita Líquida. A empresa foi a encarroçadora que mais cresceu no ano de 2010 no setor. Em volume de produção, de acordo com dados apresentados pela própria Comil, o crescimento foi de 27%.

No setor de rodoviários, o crescimento do volume de produção na comparação de 2011 com 2010 foi o mais expressivo, somando 1 mil 798 unidades, uma alta de 40%. Segundo a Comil, o resultado se deve à aceitação da linha Campione, que compreende veículos de fretamento e para curta distância até mais sofisticados, como o HD, com piso superior do salão dos passageiros, e o recém lançado DD (Double Decker), ônibus de dois andares de aplicação rodoviária.

Em relação aos ônibus urbanos, a Comil teve crescimento de 19,3%, produzindo um total de 1 mil 659 veículos. Os destaques dos modelos urbanos foram o Svelto e o Svelto Midi (do tipo micrão). Em relação aos micro-ônibus de diversas categorias, foram feitos pela encarroçadora 661 veículos, o que representa aumento de 15,2%.

A participação da Comil no mercado de ônibus no País também cresceu passando de 9,9% em 2010 para 11,6% em 2011. Em 2011, os investimentos foram de R$ 17 milhões para a manutenção da fábrica e desenvolvimento de novos modelos.

Além do modelo de dois andares, Comil Campione DD, que possui alto valor agregado, outro modelo novo que foi destaque é o Comil Svelto para chassi de piso baixo, indicado para operações em vias de melhores condições ou corredores exclusivos para ônibus.

A Comil acredita que além do mercado doméstico, o modelo de dois andares rodoviários terá participação relevante em países como Argentina, Chile, Peru e Venezuela, onde a aplicação deste tipo de ônibus é maior que no Brasil. Por isso mesmo que a encarroçadora diz acreditar no crescimento da comercialização deste tipo de ônibus no mercado brasileiro com a ampliação do setor de turismo, impulsionado pelo avanço da renda e maior demanda gerada pela Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016.

A empresa diz que os investimentos no Pós – Venda têm sido essenciais para o aumento na participação do mercado, fidelização dos clientes e atração de novos compradores que acabam recebendo indicações positivas de quem foi atendido pelo serviço.

Em 2012, a perspectiva geral do mercado de ônibus é de desaceleração. No ano passado, muitos empresários anteciparam as renovações de frota por conta da mudança de tecnologia de emissão de restrição de poluentes, que antes era baseada nas normas Euro III e a partir de janeiro deste ano começou a ter como referência os padrões Euro V. Os veículos do Proconve fase 7 – Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores – P 7 chegam a poluir com o diesel S 50 cerca de 80% menos, mas custam até 15% mais. Isso sem contar que alguns modelos, com o sistema SCR, de Redução Catalítica Seletiva, usam além do diesel, um fluido chamado ARLA 32. Apesar de as montadoras garantirem que os novos motores com a tecnologia Euro V consumirem menos combustível, compensando o custo a mais com ARLA, muitos empresários ainda ficaram na dúvida e preferiram comprar ônibus antecipadamente.

Assim, a alta acima do habitual registrada no ano passado deve ser “compensada” com uma desaceleração em 2012. Mesmo assim, a Comil vê o cenário de forma positiva no médio e longo prazo, em especial pelos investimentos das cidades em modernização dos sistemas de mobilidade, algumas para receberem eventos como Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. O quadro econômico geral do País também é visto de forma positiva pela Comil, o que deve influenciar no mercado de ônibus.

No primeiro semestre deste ano, a Comil deve anunciar uma planta no Sudeste, onde vão ser produzidos veículos urbanos. Para a planta devem ser investidos R$ 110 milhões.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes


Ônibus Brasil

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