sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Associação quer adotar nome de Metrobus para BRTs no Brasil

 Créditos: Motordream/Acervo

A associação das empresas de ônibus urbano levará proposta às companhias do setor para adotar no Brasil o nome de Metrobus para os BRT's (Bus Rapid Transport).

BRT é um sistema onde ônibus de alta capacidade trafegam em corredores com sinalização e superfície especiais e os passageiros embarcam em estações, pagando antes pela passagem. Nos próximos anos, o país planeja construir 1.272 km dessas linhas em 24 grandes cidades, com investimento de R$ 21 bilhões.
Deste recurso, R$ 8,4 bilhões virão da iniciativa privada para a compra de ônibus e sistemas de sinalização. Os empresários têm a expectativa de que esse novo sistema poderá tirar o setor, que fatura R$ 28 bilhões ao ano, do atoleiro. A cada ano, o sistema perde passageiros e reduz seus ganhos com o uso de ônibus comuns.

"Quem não se adaptar ao novo sistema, vai morrer", diz Otávio Cunha, presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano), que preconiza integração entre ônibus e outros sistemas como trens e metrôs.

A intenção de mudar o nome é para que o novo sistema não seja confundido com ônibus comuns. O nome é o mesmo usado na Cidade do México, onde o sistema é integrado com o metrô e vem sendo bem sucedido.
O ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro, cobrou a mudança do nome no encontro do setor, ontem em Brasília. O seminário contou com a presença de especialistas internacionais. Entre eles Guilherme Calderon, diretor do sistema mexicano, e Brendan Finn, especialista em BRT's que já avaliou a implantação desses sistemas em todos os continentes.

Finn diz que em todo o mundo o BRT tem dificuldade para se diferenciar como uma nova alternativa de transporte. Ele compara à situação dos bondes, que morreram na década de 1950 e depois renasceram como VLT na década de 1990 e hoje são muito aceitos por políticos, técnicos e população.

"Apesar dos bons resultados, alguns políticos e técnicos consideram BRT solução para os pobres e acabam preferindo soluções 'mais avançadas'. A grande ironia é que eles falham em observar que cidades como Paris, Nova Iorque, Seul e Londres estão fortemente investindo em ônibus", afirmou Finn.

Os primeiros resultados de implantação desse sistema novo em grandes cidades, como no RJ e SP, estão sendo considerados bons, com redução de tempo de viagem em 23% e consumo de combustível de 50%.

Folha de São Paulo

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