quarta-feira, 5 de junho de 2013

O GRCT erra até quando tenta acertar



Hoje começamos um novo projeto aqui no Maxi Ônibus Olinda. É a coluna "Opinião", onde todas as quartas-feiras traremos um relato crítico sobre algum tema envolvendo o transporte e a mobilidade urbana.

Para começar, pensei em um tema que pudesse envolver mais de um modal ao mesmo tempo. E eis que me surge este: que interessa tanto a ciclistas quanto a passageiros de ônibus.

Os terminais integrados recém-inaugurados no Grande Recife (Cajueiro Seco, Tancredo Neves e TIP), trouxeram consigo muito mais que a possibilidade de realizar vários trajetos com apenas uma passagem. Entre todos os problemas que apresentaram na concepção das linhas e trajetos, uma novidade chama a atenção: os bicicletários, inéditos em um equipamento deste tipo na cidade.

A ideia parece ser louvável: o cidadão segue de bicicleta da sua casa até o terminal integrado, e de lá embarca no ônibus. Não podia estar mais conectada com os conceitos de mobilidade que estão em moda atualmente. Perfeito? Infelizmente, não.

Os bicicletários dos TI's da RMR foram construídos na área externa dos terminais. Daí você pergunta: qual o problema nisso? É simples: do lado de fora, as bicicletas estão sujeitas a todo tipo de violência, como vandalismo e roubo.

Qual a segurança que tem uma pessoa em deixar sua bicicleta no espaço do lado de fora do TI? Qual a garantia que ela tem de que, ao retornar para casa, vai encontrar sua "bike" lá, intacta? Pois é, nenhuma. A vigilância na parte externa dos terminais é falha: não existem seguranças no entorno, e em alguns casos, os lugares são esquisitos. A noite, surgem mais problemas, como iluminação fraca, entre outros.

Até hoje, todas as vezes que observei os bicicletários dos TI's, eles estavam lá, vazios. Ninguém quis se arriscar a deixar sua bicicleta, e com razão.

A solução para o problema é simples: os bicicletários deveriam ser instalados dentro dos terminais. O ciclista/passageiro pagaria sua tarifa e entraria com a "bike". Deixaria ela estacionada num local com maior segurança, onde estaria sob os olhos dos vigilantes do TI, além das câmeras e outros equipamentos existentes no local.

E porque falo do Grande Recife Consórcio de Transporte - GRCT? Pois ele é o principal responsável tanto pela construção (junto com a Secretaria das Cidades, a qual o órgão está vinculado), bem como pela operação diária dos terminais integrados. É também a primeira a que se deve cobrar alguma responsabilidade.

Sei que é difícil mudar a situação nos terminais integrados citados no começo deste texto. Mas, temos que tentar aprender com nossos erros: por que não implantar essa ideia nos TI's que serão inaugurados futuramente? Fica a dica para o GRCT!

Guto de Castro

Um comentário:

  1. Agora vc falou mano! Eu seria o primeiro a ir até o terminal de bike! Mas deixar minha Gts na situação de segurança atual?! Nem pensar!

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